Olá pessoal, tudo bem? Abordo, neste post, a crise de identidade em algumas ciências, a falta de método, especialmente em ciências novas como o Direito e a Ciência Política. Não sei se "nova" é o termo mais adequado para me referir a elas, mas o que quero dizer é o seguinte: existem ciências mais consolidadas em relação aos métodos de pesquisa, o que é extremamente importante. Isso traz validade ao estudo e nos ajuda a seguir um caminho mais científico. Está ligado à comunidade científica e ao pensamento teórico da área.
Hoje, há um discurso contemporâneo em relação à pesquisa acadêmica, em que a subjetividade tem certo valor vinculado à pesquisa, e observa-se a realidade de uma maneira mais "flexível". Isso desafia o paradigma da dita objetividade científica, desconstruído há algumas décadas. E desnorteia muitos pesquisadores, que acreditam precisar de certa rigidez para pensar. Em áreas mais novas, há muitas lacunas nesse sentido. É o caso, por exemplo, do Direito, área fundamentada em uma perspectiva arcaica, assentada na filosofia, e distante dos métodos científicos contemporâneos. Os pesquisadores nessa área, comumente, realizam trabalhos sem rigor científico. Outras áreas também passam por isso; ciências mais novas não seguem, paralelamente, os métodos contemporâneos.
A interpretação do cientista e da ciência, principalmente no Brasil, é flexível, diante desses paradigmas Pós-modernos, mais subjetivos. Isso resulta em cientistas que têm muitas dúvidas (o que é bom), mas que, por sua vez, se distanciam de um posicionamento mais sólido. Nesse sentido, outras camadas do conhecimento (senso comum etc.) evidenciam-se como verdade, diante de um posicionamento mais "sólido" de quem os profere, prejudicando nossa sociedade.
Acredito que os cientistas e as ciências deveriam estar melhor estruturados, apesar do paradigma contemporâneo e pós-moderno ser mais subjetivo. É necessária mais solidez nesse aspecto. Não podemos nos orgulhar da nossa mediocridade, é fundamental ter consciência disso (embora o "seu que nada sei" seja necessário. Ocorre que se utiliza o discurso da humildade no Brasil para controle social. E, quando o cientista assume esse posicionamento "humilde", se esvazia e se enfraquece. Se levarmos essa subjetividade toda para a pesquisa, desconsiderando a ciência, os métodos científicos, teremos lacunas na formação, como vejo acontecer em várias áreas como o Direito.
Percebo teses de doutorado e dissertações de mestrado da área do Direito sem um capítulo metodológico. Isso faz com que o trabalho se assemelhe a um texto aleatório encontrado na internet. Se não há método, se não há cultura científica, o trabalho não é científico. Reviso muitos trabalhos e percebo que as pessoas perderam a noção da solidez, e nunca tiveram rigor científico.
Para se aproximar de um caminho científico, é necessário uma base metodológica. A partir disso, podemos fazer conexões com métodos de outras áreas. Não podemos referir-nos às coisas do mundo da pesquisa de maneira popular, é preciso buscar subsídio na área de estudo. Também é essencial diferenciar a prática do profissional, pois muitas vezes a prática traz uma visão distorcida da pesquisa científica. Ressalto, também, que filosofia não é ciência.
O rigor científico que proponho neste post não significa "ser arrogante", mas buscar respostas e embasamento para preencher lacunas e avançar no conhecimento. Espero que essas reflexões possam contribuir para aprimorar o entendimento sobre a importância do método para a pesquisa.
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